INTRODUÇÃO
Sua saúde mental está sendo definida pelo seu peso! Uma realidade que não podemos negar.
Muito importante que cada vez mais possamos debater este tema, como fazemos neste ensaio, a fim de contribuir com a saúde (física e mental) de todas as pessoas.
Acreditamos que isso vai evitar com que doenças geradas pelo sobrepeso e obesidade, que não são tratadas com simples dietas (que muitas vezes falham), venham a prejudicar a vida (ou até gerar a morte) de muitas pessoas.
SUA SAÚDE MENTAL
Vivemos em um mundo em que as pessoas ainda agem de forma preconceituosa e gordofóbica. Nesse sentido, o peso pode trazer uma série de limitações para a pessoa do ponto de vista emocional e social, afetando sua saúde mental.
Ter vergonha do próprio corpo, não ir à praia, a academia, a eventos, e muito mais, justamente pelo medo do julgamento. Esses são só alguns exemplos do que as pessoas com sobrepeso e obesidade passam e que tornam a vida delas muito mais difícil. Não bastasse isso, estes fatores ainda contribuem mais e mais para o ganho de peso. A pessoa ridicularizada, marginalizada, acaba comendo suas emoções como forma de se esconder ou se sentir melhor. Assim fazendo ela amplia os seus sintomas, ou até dispara os gatilhos de doenças ligadas a ansiedade, depressão, transtornos alimentares e diminuição da autoestima.
OS NÚMEROS NO BRASIL
Foi divulgado recentemente pelo Conselho Nacional de Saúde uma matéria sobre a saúde mental dos trabalhadores, que por dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. Há também um enorme alerta sobre a saúde mental dos brasileiros, já que uma em cada quatro pessoas no país sofrerá com algum transtorno mental ao longo da vida. Outro levantamento, aponta que 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado máximo de depressão e a ansiedade atinge níveis mais altos, chegando a 63%.
PESQUISAS RECENTES
Pesquisas têm mostrado que o sobrepeso e a obesidade tem relação entre peso e doenças mentais. Elas nos revelam que é muito maior o caso de depressão e ansiedade em pessoas acima do peso. Essas situações levam não somente ao aumento do consumo de alimentos calóricos e gordurosos, mas também a liberação de dois hormônios no corpo.
Vejamos o primeiro deles. Responsável pelo estresse, o cortisol tem como efeito estimular a produção de gordura no organismo, a fim de para ser utilizada em casos de crise alimentar ou momentos de luta. O segundo que apresentamos, que podemos dizer ser responsável pela sensação de bem-estar, é a serotonina. Ela faz com que a pessoa ansiosa acabe comendo em excesso como busca inconsciente para amenizar sensações desagradáveis, como estresse, cansaço, solidão, tristeza e raiva, gerando a compulsão alimentar.
MÉTODOS DE EMAGRECIMENTO
Muitos tem sido os estudos por novos métodos de emagrecimento e as tendência atuais. Há evidências que indicam que pequenas mudanças de estilo de vida podem reduzir o risco de desenvolvimento da depressão e ansiedade. Porém, devemos ter muito cuidado com essas novas soluções, em especial com as “soluções milagrosas”, baseadas em remédios.
Para pessoas com sobrepeso e obesidade nem sempre o tratamento farmacológico é a primeira opção terapêutica, pois, cura a causa e não o efeito. Aconselhamos que o tratamento seja primeiramente pautado por uma abordagem multidisciplinar. Vemos que a dietoterapia associada à psicoterapia, por serem modalidades não-invasivas, devem ser sempre priorizadas.
ACOMPANHAMENTO CONSTANTE
Mas atenção! Para maiores e melhores cuidados com sua saúde mental a escolha de um profissional especializado no assunto, e que entende a dor da pessoa, faz total diferença no tratamento. De nada adianta ir em um profissional que diz: “você precisa fechar a boca”. Isso não é uma conduta aceitável. O profissional de saúde precisa saber identificar, acolher e conduzir esse paciente. Já não basta escutar de amigos ou familiares coisas do tipo: “vai se tratar, olha só o seu tamanho, olha como você está gordo”.
É preciso entender que a pessoa não vai se tratar só porque alguém apontou o dedo e disse para ela emagrecer. Ela precisa de alguém que as entendam, as escutem, acolham, ofereçam ajuda e de profissionais que saibam de fato conduzir o tratamento.
CONCLUSÃO
A conexão entre saúde mental e física é inegável, especialmente no contexto do sobrepeso e da obesidade. Temos a certeza de que os desafios emocionais enfrentados por aqueles que lidam com o excesso de peso não podem ser subestimados, e é essencial adotar uma abordagem compassiva e multidisciplinar para enfrentar essas questões. Promover o entendimento, combater a gordofobia e fornecer apoio adequado são passos cruciais em direção a uma vida mais saudável e equilibrada, tanto mental quanto fisicamente. A jornada rumo ao bem-estar começa com a aceitação e o cuidado, capacitando cada indivíduo a buscar a ajuda de profissionais que compreendam suas necessidades e desafios, trabalhando juntos na busca por uma saúde integral.